quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Saindo de casa para me sentir em casa. Ah, Montevidéu...

Tenho a plena certeza que estou pelo menos umas sete viagens atrasada. A proposta era escrever um blog para ajudar pessoas como nós a programar viagens rápidas, breves escapadas da tão pesada rotina. Mas os inúmeros compromissos do dia a dia e as horas bem puxadas de trabalho sempre fazem com que fique pra depois algo que muito me dá prazer, relatar minhas viagens e mostrar pedaços do meu encanto pelos lugares que visitei.
Hoje, no entanto, a ajuda é para um casal querido, Carlos e Cláudia, amigos que já me deram dicas bem valiosas em uma das primeiras viagens que fiz com meus filhotes para a Serra Gaúcha. Por eles, consegui sair da inércia, multipliquei meu tempo (exatamente como faço quando viajo) e relatei essa última louca e deliciosa pausa no cotidiano. Espero que eles "sintam" o Uruguai assim como eu e Flávio: um lugar gostoso, tranquilo, de gente muita boa e educada. Um lugar que eu gostaria de viver.
Dessa vez a aventura começou com um cansaço extremo. Flávio de férias, 30 dias em casa sem maiores programações, o carro no conserto após ser "atropelado" por uma moto, meninos na escola atolados de provas, trabalhos e tarefas e eu trabalhando, trabalhando, trabalhando...Com a eleição presidencial, feriados e sem o carro, passar um final de semana fora tornou-se algo impensável. Hotéis em praias próximas com diárias a preços absurdos e as boas opções para o que pretendíamos geralmente lotadas, era o cenário que mostrava que as férias de Flávio iam ficar restritas às suas caminhadas matinais e aos programas do NatGeo e do Discovery. E eu cansada. Muito! Exausta. Aos 48 do segundo tempo, oito dias antes do final das férias dele, decidimos usar algumas milhas e viajar no dia seguinte, menos de 24 horas depois. Sim, por que não? Acho que entramos em transe ou surto em comum, mas o fato é que quase à meia-noite do dia 28 de outubro, compramos com 10.000 milhas Fidelidade por trecho nossas passagens e reservamos um hotel pelo Booking (bom e barato!) para um bate e volta em Montevidéu, cidade que considero encantadora, com suas ruas tranquilas, seus moradores educados e prestativos, e lugares especiais a descobrir, apesar de muitos amigos a acharem parada por não ter o "glamour" da vizinha Buenos Aires ou de outras capitais da América do Sul.
O dia 29 foi um dos mais longos de minha vida: trabalhei, fui à bancos, fiz pagamentos, organizei a vida escolar (e o lazer) dos meninos e a da casa, comprei e distribuí alguns presentes, desmarquei aulas e compromissos e ainda consegui arrumar a mala momentos antes de sair para o aeroporto. Ufa! Contava que o planejamento da viagem ficasse a cargo de meu marido (de férias...), mas ele também teve suas coisas para colocar em dia. E assim, um achando que o outro estava com a viagem organizada, partimos.
Saímos às 22h37min do Recife, chegando em Montevidéu às 8h25min, horário local, após quase nove horas de voo com uma conexão atrapalhada em Guarulhos com direito à falta de bagagem e troca de terminais. Uma boa dica para gosta de uma janelinha de avião é escolher o lado esquerdo. Você visualiza o Rio da Prata, que mais parece um mar cinzento, e se viajar nessa mesma hora ainda tem um belo amanhecer de brinde.
A fachada do aeroporto Carrasco eu considero uma das mais bonitas que já vi, é interessante, com um formato bem diferente. Vale prestar atenção na chegada/saída. O desembarque geralmente é tranquilo, o aeroporto é pequeno, mas moderno e funcional. A imigração é rápida e em seguida está o freeshop, bastante completo e com funcionários prestativos e simpáticos. A cordialidade uruguaia já nos deu as boas vindas nesse momento: a vendedora que nos ajudou (infelizmente não recordo o nome, lembro que é uma senhora morena, de cabelos cacheados e que adora falar português) me presenteou com uma belíssima bolsa da Hugo Boss apenas porque esperamos pacientemente ela terminar de atender alguns turistas brasileiros apressados que interromperam algumas vezes nosso atendimento. Estávamos tranquilos, fazendo hora mesmo, pois nosso check-in no hotel só poderia ser feito às 10 horas (cortesia do Booking, o correto era às 15 horas!).
Após as compras, fomos trocar algum dinheiro para podermos seguir para o hotel. No aeroporto o câmbio é menos vantajoso, mas a diferença é de alguns centavos em relação ao centro. Para a conta ficar mais fácil, multiplique/divida tudo por 10, pois 1 real é igual a 10 pesos uruguaios, com pequenas variações para mais ou menos.
Aí começou a aventura...





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