quinta-feira, 20 de novembro de 2014

O direito a um dia sem pressa

Acordamos, sem a pressa característica da maioria de nossas viagens, sem maiores pretensões do que fazer. Nosso único compromisso era a compra da camisa do Peñarol para nosso filho e já sabíamos o endereço, a Avenida 18 de Julio. Na nossa outra passagem pelo Uruguai estivemos lá e eu lembrava claramente de muitas lojas, inclusive a própria loja da Puma, onde iríamos, com sorte, encontrar o modelo tão desejado.
 Depois de um farto café da manhã no hotel, saímos em busca do ônibus de linha que nos levaria até a Ciudad Vieja. Rápido e tranquilo, entramos na linha que leva de Punta Carretas até lá e ficamos nos maravilhando com a quantidade de gente com seus tablets, smartphones e notebooks abertos no ônibus. Igualzinho ao Recife...ai, ai...
Indo para a Ciudad Vieja encontramos antes a Plaza Independencia, com todo o charme do Palacio Salvo, aquele que foi a torre mais alta da América do Sul até 1935. Meu filho mais novo adorou esse edifício na outra vez que fomos à Montevidéu. Não sei se o nome "Palacio" ajudou, mas ele fez questão de entrar e conhecer. É um lugar emblemático e muito charmoso, que tem muitas residências e alguns estabelecimentos comerciais.
Nessa praça também temos a sede do governo, o mausoléu do General Artigas e o Teatro Solis, um pouco mais abaixo. O teatro é lindo, tem visitas guiadas em espanhol, inglês e português, mas passamos essa visita, pois já a fizemos em 2011. Junto ao mausoléu foi colocado um painel homenageando o bicentenário do Uruguai, com uma mostra fotográfica comemorando os 250 anos de Artigas, "Nuestra historia esta llena de futuro", várias fotos de uruguaios de braços cruzados .

Já na Ciudad Vieja, decidimos dar um pulinho na Catedral Metropolitana. Da outra vez que estivemos em Montevidéu ela estava fechada, mas desta vez conseguimos entrar, rezar e olhar a sua suntuosidade e riqueza de detalhes.
Saímos às 12 horas e ainda conseguimos ouvir as bandas de música que saem de todos os lados para homenagear o General Artigas. Elas desfilam e tocam em frente ao mausoléu do próprio na Plaza Independencia. É possível entrar e visitar, fica embaixo da estátua imponente, mas nunca tive essa curiosidade.
Seguimos pela Ciudad Vieja pela Peatonal Sarandí, rua de muitas lojas, restaurantes e museus e com algumas surpresas pelo caminho. 


Paramos no Museu Torres Garcia, aproveitei para comprar umas lembrancinhas para os meninos que lembrassem um painel que havia no hall do hotel e que eu me apaixonei. Para quem quer presentear um amigo, tem bons souvenirs, interessantes e bonitos. Eu adorei essa América do Sul de cabeça para baixo!

Barriga ainda cheia do café da manhã, saímos andando sem o menor compromisso. Fomos caminhando até encontrar um dos restaurantes que eu havia selecionado para conhecer, o Estrecho. Sem fome ainda, continuamos a caminhada até chegarmos ao Mercado del Puerto. Não sei se foi a hora, ou se por já ter ido lá outra vez, não encheu meus olhos. Demos um giro, tomamos um Medio y Medio bem gelado e já estávamos indo embora quando mais uma pessoa em um dos restaurantes, o Estancia del Puerto, chamou nossa atenção oferecendo o lugar para almoçarmos. Falamos que não estávamos com fome, pois minha cabeça ainda estava no Estrecho, mas ele insistiu, oferecendo um chopp gelado. Alguém ia resistir?
Tomamos o chopp, que caiu muitíssimo bem, e o "senhor gentileza" ainda colocou uma linguiça para degustarmos. Ficou difícil sair dali. Conversamos um pouco enquanto comemos a linguiça, tomamos outros chopps e descobrimos que ele (chama-se Cristian) já havia morado no Brasil. Decidimos comer uma pamplona, ele avisou que as porções eram fartas e isso era verdade. Dois gringos chegaram querendo almoço e sentaram ao nosso lado no balcão, foram advertidos pelo garçom que os pratos eram generosos e pediram uma parrillada completa. A cara deles com a quantidade de comida quando chegou o caldeirão (sim, caldeirão) de carne foi inesquecível. Eu e Flávio comemos sem a menor pressa. Ai como isso é bom! Minha rotina é tão puxada, almoço tão rápido que quando me dou ao direito de ficar assim é um delírio!

 Resolvemos voltar para comprar a camisa de meu filho. Caminhamos bastante, aproveitando para olhar o movimento de várias lojas de aluguel de bicicletas próximas ao Mercado (boa dica para quem dar umas pedaladas por Montevidéu), até que passamos na frente do Estrecho mais uma vez. Não deu pra resistir, resolvemos só dar uma "olhadinha".
Muito interessante, as pessoas comendo no balcão (esses uruguaios adoram um balcão!) em um lugar estreito, como não poderia deixar de ser pelo nome. Os chefs preparam os pratos na nossa frente, tudo com muito capricho e cuidado, deixando um toque de arte em cada prato. Vi saladas lindíssimas, sobremesas elaboradas, peixes e carnes bonitos e bem apresentados. O menu varia diariamente e a frequência é realmente de locais, na hora que estávamos lá, aparentemente só nós éramos turistas. A garçonete que nos atendeu foi muito simpática, a Noemy. Decidimos tomar um vinho para observar um pouco o desempenho da Maria e do Juan Carlos (acho que o nome era esse...), os chefs em ação. É uma experiência gastronômica interessantíssima!


Ah, a baguete com lomo estava extra!!! E o vinho também!












O que fazer depois disso? Andar, andar, andar!!! Ah! E comprar a camisa do Peñarol!

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